Vem aí as eleições para a Federação de Setúbal do PS e o Camarada Ramalho apresenta no seu site de candidatura um conjunto de ideias interessantes. Todavia, o que verdadeiramente me deixa surpreso, são alguns elogios efectuados ao Camarada Ramalho nas declarações de apoio ao mesmo:
"Vitor Ramalho tem sido o melhor presidente de que tenho memória, homem honesto, empenhado e conhecedor da realidade do Distrito e de cada Concelho.
Dedicado a causas e amigo do seu amigo. (...)" Rui Carvalho
"Vitor Ramalho tem sido o melhor presidente de que tenho memória, homem honesto, empenhado e conhecedor da realidade do Distrito e de cada Concelho.
Dedicado a causas e amigo do seu amigo. (...)" Rui Carvalho
“Apoio o Camarada Vitor Ramalho porque nunca antes houve um Presidente da Federação tão presente como ele.
O trabalho e apoio que tem dado às Secções têm sido fantásticos. Parabéns.” José Carlos Correia dos Santos
O trabalho e apoio que tem dado às Secções têm sido fantásticos. Parabéns.” José Carlos Correia dos Santos
Com todo o respeito pelas ilustres opiniões dos Camaradas, creio que as suas afirmações não fazem justiça ao trabalho e à memória do nosso saudoso Camarada Aires de Carvalho. Ora quando um Partido esquece a sua memória, quando esquece os seus abnegados militantes, nem que seja para simplesmente elogiar o militante abnegado do presente, acaba por perder a sua identidade.
Talvez seja tempo de recordar aos ilustres Camaradas que houve um Presidente da Federação chamado Aires de Carvalho.
2 comentários:
Há memória curta, sim senhor, principalmente daqueles que, agora, precisam do V.R. para as mais diversas influências "empregadorais".
Então não é que no tempo do Aires, as mesmíssimas pessoas faziam precisamente as mesmas coisas )
( Vidé os lugares nas listas autárquicas no tempo em que o Aires era o Presidente da Concelhia PS/Barreiro ... )
Caro Zé do Barreiro,
Em primeiro lugar agradeço-lhe o comentário. Não tenho o costume de comentar comentários. Abrindo uma excepção porque honro a memória de um Camarada e amigo, permita-me o seguinte:
1. Aires de Carvalho foi um Homem solidário que - na minha humilde opinião - nunca foi propriamente nesse tipo de “cantigas” e detectava-as à légua.
2. Em momentos difíceis da vida de diversas pessoas, inclusive a minha, o Aires foi solidário sem pedir ou esperar algo em troca da sua solidariedade, disponibilizando-se voluntariamente para ajudar um camarada em dificuldades.
3. Nunca vi o Aires ceder à bajulação e orientar a sua conduta a favor dos que precisavam das suas «mais diversas influências "empregadorais"».
4. Olhando a listas, olhando a determinadas situações de hoje, lembrando que quem estava com o Aires no início da década de 90 foi acusado de apaniguado, será hoje muito interessante verificar onde andam alguns “monos” e onde andam alguns dos ditos “apaniguados”, principalmente os que não cedem ou cederam à tentação fácil da bajulação para que o V.R. movimente as suas «mais diversas influências "empregadorais"».
5. No país que temos, nada tenho contra as «mais diversas influências "empregadorais"», caso estejam fundamentadas na competência e mérito de quem tenta um lugar ao Sol. O problema está nas influências que são movidas para lugares em que os candidatos não têm nem competência nem mérito adequado ao lugar com que sonham.
6. Felizmente, no PS ainda há muitas camaradas com verticalidade, que servem o partido mesmo quando o partido se esquece deles e da solidariedade que lhes é devida nos momentos difíceis da sua vida.
7. Quase por último, não esqueça que servir um partido pode trazer graves dissabores na vida profissional e pessoal de um militante. Pode inclusive destruir-lhe uma carreira profissional. Nesse sentido, lembro sábias palavras que ouvi de um Professor Doutor (militante de outro partido e especialista em ciência política) alertando para os efeitos nefastos da acção política activa do cidadão na carreira profissional, muito em particular na evolução da carreira académica.
8. Já agora... seria bom distinguir entre quem pede trabalho compatível com as suas capacidades ou até inferiores às suas capacidades, porque precisa e quer é mesmo trabalhar, e quem pretende um “tacho” na forma de emprego bem remunerado. Provavelmente, é mais fácil para alguns arranjar o dito “tacho”, do que para outros arranjar uma mera oportunidade de entrevista de emprego. Ora o Aires, talvez muitos não saibam, mais facilmente se preocupava em conseguir essa oportunidade de uma entrevista de emprego, mesmo quando isso não estava directamente ao seu alcance. Talvez por isso, alguns hoje tenham a memória curta...
Cordiais Saudações Republicanas e Socialistas,
Brás dos Santos
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