2009-05-01

Barreiro de Betão ou Barreiro Bioclimático?

Recentemente foi apresentado o «Estudo Prévio do Plano de Urbanização da Quimiparque e Zona Envolvente», o qual abrange 500 hectares de requalificação urbana. No atrium da mais recente catedral de consumo do Barreiro, já está disponível (ao olho do mirone que por lá passa) uma bonita maquete com a ponte «TTT» e o betão que se projecta construir.

O assunto deveria e merece estar na ordem do dia, mas não observo grandes movimentações de relevo. Perante a bonita maquete, o "ar arrumadinho" da coisa, até parece que este será um assunto pacífico. Mais metro cúbico, menos metro cúbico de betão, o mirone até arregala o olho diante do que vê. Por exemplo, ficam bonitos os futuros metros cúbicos de betão no local onde estão hoje os mamarrachos das "oficinas da CP" (ou GOB EMEF) junto à Av. da República.

Os 500 hectares em causa, os quais do ponto de vista urbanístico e arquitectónico podem ser considerados como terras de pousio, que permitirão reconfigurar todo o modelo socioeconómico, apresentam-se já como uma oportunidade desperdiçada. Tudo aponta para um modelo de um Novo Barreiro de Betão (com algumas novas zonas verdes) em lugar de um modelo de um Novo Barreiro Bioclimático. Falta de tecnologia? Falta de opções arquitectónicas? Não! Talvez, isso sim, falta de informação e alguns técnicos a pensarem segundo um paradigma onde a eficiência energética é uma questão menor.

Em lugar dos métricos cúbicos de betão parece-me mais aprazível e lógico um Plano de Urbanização baseado no conceito da construção «Green Box» do Doutor Arquitecto Luis de Garrido, o qual é internacionalmente respeitado pelos protótipos de construção que tem apresentado ao longo dos últimos anos. (Veja a página de Luis de Garrido)



Imagens: Conceito de Casa «Green Box» de Luis de Garrido

Para mais informações sobre Luis de Garrido leia esta entrevista e sobre a «Green Box» veja este artigo do Diario de Burgos.

Um Barreiro Bioclimático, baseado na arquitectura sustentada, não deve nem pode ser uma oportunidade perdida. Um Barreiro de Economia Verde não deve nem pode ser uma miragem!

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