2009-02-18

Afinal havia outra...

Afinal havia outra... Crise! Uma crise que continua desconhecida para muitos. A crise da venda desenfreada, sem regras, sem escrúpulos e sem qualquer preocupação pelo meio ambiente. Está bem à vista de todos, mas poucos são os que nela reparam. Mesmo quando mandam reparar, por exemplo, o automóvel que teimou em avariar no momento menos oportuno.

É preciso aumentar as vendas estagnadas da pasta de dentes? Dita uma solução clássica, apresentada como "estudo de caso" sobre o potencial da técnica brainstorming, que basta aumentar o diâmetro do orifício por onde sai a pasta. (Veja na foto a quantidade de pasta utilizada ao longo da escova.)

A televisão avariou... parece que sai mais económico comprar uma nova, uma vez que o preço da peça a substituir custa 50% do preço de uma TV nova. O mesmo ocorre com a máquina de lavar roupa, de lavar loiça e demais electrodomésticos. Os preços das reparações dirigem o consumidor para o impulso desejado pelos fabricantes: A COMPRA DE UM NOVO PRODUTO.

Mas de todos os sectores industriais, aquele que aparantemente pode ser considerado como o mais lesivo para o "rico" consumidor e para o meio ambiente é o sector automóvel. Parte-se um simples cabo de aço (custo não superior a 5 euros) do sistema de elevação de um dos vidros eléctricos e terá de comprar o sistema todo (o chamado "kit") no módico valor de 130 euros. Substitui tudo. O material avariado e o material em bom estado. Rompe-se um simples tubo de borracha (custo de fábrica não superior a 0,35 euros) e vendem-lhe um "kit" completo pela módica quantia de 80 euros.

Sobre esta crise, poucos escrevem ou falam. No entretanto, estas técnicas de venda continuam a ser alegremente ensinadas pelas universidades de todo o Mundo. Por muito que se escreva e se afirme a necessidade das empresas terem uma política de responsabilidade social e de respeito pela natureza, a verdade é que os lucros - medidos em euros, dólares ou libras - falam mais alto.

Assim vamos, de lucro em lucro até à destruição total do eco-sistema.



Sem comentários: