2008-12-28

Israel versus Palestina: Uma análise do país do Vinicius

Transcrevo de aqui um texto que dá para pensar.

«O 'Sábado Negro' e depois
O "Sábado Negro" em Gaza é o começo do fim do status quo Israel x Hamas x Fatah. Israel deixou claro que não vai deixar seguir solta a "libanização" do sul do país. O Hamas voltou a dizer alto o que sempre defendeu: Israel nem deveria existir. E o Fatah, na Cisjordânia, ficou ainda mais entrincheirado numa insustentável "terceira via".
Não adianta o que o "mundo" (= quem não tem parte no conflito) disser ou deixar de dizer. Deve ser levado ainda menos em conta o que Israel e Hamas dizem para o "mundo" sobre as razões da guerra em curso – o verniz é de propaganda. O que interessa, o que vale ficar de olho, são os movimentos concretos de um lado em relação ao outro. A guerra é deles, e não vai ser a boa vontade de estranhos ou de samaritanos na estrada que vai demover alguém de um combate reputado, por eles mesmos, como existencial.Morreram mais de 200 pessoas neste sábado, uma escala impressionante. Não há centro ou periferia na imensa favela que é Gaza. A bomba que acerta uma delegacia acerta uma escola junto – o Hamas sabe, Israel sabe. Quem chama o que Israel fez de "retaliação" toma partido. Quem chama o que Israel fez de "provocação" também toma partido. O casus belli desta briga não-convencional está perdido no éter, em fluido, em algum espaço entre os sonhos dos pacifistas e os delírios dos jogadores de WAR. O que resta é o fato da guerra.
Vai piorar muito antes de melhorar. Não só há um jogo eleitoral em curso em Israel, como há outro começando a se desenvolver no Irã – ninguém tem certeza se o Ahmadinejad vai concorrer de novo em 2009, mas o que se sabe é que os ataques dele não deixaram marcas em Israel, afora as marcas retóricas. Se o Ahmadinejad estiver atrás de uma, aí, amigo, sai de baixo que o século vai começar de verdade.»

in altovolta

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