Ao longo dos últimos tempos, para minha grande surpresa, descobri que Portugal deve ser o país como mais especialistas em Administração Pública por quilómetro quadrado. São imensos os especialistas que opinam quer em jornais quer na blogesfera, veiculando as mais variadas soluções e reformas. Até parece que andam na crista da onda da novidade em investigação científica sobre o assunto. Mas não! Muitas das soluções apontadas, muito do que é opinado, assenta em velhinhos paradigmas, sendo que o mais novo tem para cima de de 15 anos de idade.
Paradigmas mais recentes ainda não chegaram a terras Lusas. Talvez por falta de tradução dos livros já publicados, talvez por estes especialistas não terem acesso directo e imediato aos mais recentes artigos científicos publicados nas principais revistas científicas da especialidade.
Para esses tão doutos especialistas recomenda este humilde investigador a leitura do que escrevem Janet e Robert Denhardt, por exemplo, em «The New Public Service: Serving, Not Steering» e a consulta de alguns sítios interessantes como o da ASPA. Uma forma de garantirem que as suas opiniões incorporam as mais recentes evoluções na matéria.
Qual o melhor modelo de Administração Pública? Sinceramente, não sei! Só sei que os modelos baseados no paradigma proposto por David Osborne e Ted Gaebler não têm dado os resultados esperados. Ora é com base nesse mesmo paradigma que andam por aí os nossos Doutos a propor soluções e reformas para a nossa Administração Pública.
Assim, teremos uma reforma da Admninistração Pública orientada ao passado, em que vão ser cometidos os mesmos erros já cometidos noutros países. No mínimo, poderiamos aprender com as lições dos outros e não repetir tais erros! Pois... Esqueço-me que o que é novidade neste país é algo que aqui nos chega com um hiato de tempo não inferior a 15 anos, pese o facto de muita informação e conhecimento estar disponível quase na hora e à distância de uns simples cliques de rato.
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