Andam por aí a afirmar que o modelo de avaliação de desempenho dos professores foi copiado do modelo Chileno. Tudo o que precisa de saber sobre a Avaliação de Professores Chilenos está aqui!
Numa primeira abordagem ao sítio da avaliação dos professores Chilenos detecto que: 1) A avaliação não é anual, ou seja, em cada ano só um determinado grupo de professores é que é avaliado; 2) A avaliação só se repete no ano seguinte para os professores que obtiveram uma classificação «não satisfaz»; 3) As boas prácticas de ensino que servem de base para os critérios de avaliação foram elaboradas tomando a opinião dos docentes deste país; 4) Existem muitas semelhanças entre este modelo de avaliação e o modelo português, mas o modelo Chileno foi desenhado para uma avaliação plurianual e não para uma avaliação anual [só assim se entende a implementação de um modelo tão complexo, pesado e que ocupa muito tempo ao docente avaliado no ano em que lhe compete ser avaliado]; 5) Uma parte da avaliação, referente à correcção do portafolio, é realizada por instituições universitárias.
Eu bem estranhava que nesta história toda havia algo muito mal contado! Alguns pensam que o Chile é o terceiro mundo, mas quem conhece algumas coisas bem feitas na América Latina sabe que os Latino-americanos nada têm de "párvulos" (párvulo = Inocente, que sabe poco o es fácil de engañar). Afinal o sistema foi concebido para uma avaliação que não é anual e que ocorrerá de X em X anos a cada professor.
Sou céptico face a este tipo de avaliação, mas reservo melhor opinião sobre o modelo, a qual terá de ser fundamentada na análise cuidada de toda a documentação existente no sítio oficial da avaliação do desempenho dos professores Chilenos. Todavia, possuo já alguns indicadores de que o modelo é baseado num modelo anglo-sáxonico mais ligeiro. Infelizmente, nós latinos, temos tendência para complicar aquilo que é simples e tomar como simples o que é complicado.
Nota final relacionada com a Foto deste texto: «Los profesores chilenos entran en paro indefinido como rechazo a la nueva ley de educación. Los dirigentes del Colegio de profesores, con alrededor de 90 mil afiliados y que esperaban reunir a unas 15.000 personas en la Plaza de Armas, insistieron que el paro fue un éxito.» Agencia EFE y adn.es
4 comentários:
Caríssimo Bloguista... Sou professor e exerço em Espanha há já 3 anos, depois de ter passado por França 4 anos... Estou disposto a enviar-te os modelos comparados de avaliação nos paises Europeus.. Manda-me um email e dar-te-ei tudo que te faz falta para que retires ou te retrates quanto ao modelo anglo-saxonico... Além disso, deverias ter lido que a Ministra diz ter-se inspirado nos modelos Europeus... Como? O modelo de Espanha (bem menos exigente que o anterior poertuguês projectou a Espanha internacionalmente, por que motivo? Porque Espanha tem politicos diferentes.
Fui formador de professores de 1994 a 2000. Alguns professores, poucos, ficaram sem créditos por falta de empenho mas nunca por falta de competência... E não progrediram de escalão... Esperaram por nova formação para poderem adquirir as novas competências incluídas no plano de formação considerado como prioritário pelo governo de então... E era do mesmo Partido... SOCIALISTA, entende? Na altura Sócrates era governante e não debnunciou nunca o que estava a fazer o gverno de que fazia parte... Vem agora massacrar os professores, em nome ou para vingar-se de quê ? De não ter conseguido um diploma passado num dia útil?
Pois, meu caro... Se alguns professores são incompetentes (como existem em todas as actividades!) e continuavam a exercer... pergunto: para que existiam os inspectores? Acha que eles foram incompetentes ou que nunca fizeram o seu trabalho? Por que motivo não os avaliam? E dizem que Sócrates é homem de coragem? Só enfrenta os mais debilitados... os que estão cansados de ser massacrados porque nos mais fracos todos podem bater... Mas unidos, seremos fortes... E se a Educação é cara, meu caro, experimentem a ignorância. Salazar assim fez... Sócrates vai no mesmo caminho. E os pais estão acordo... Os diplomas estão a ser oferecidos como senhas de rifa nas “Novas oportunidades”... Mistura-se o trigo e o joio... A sociedade Portuguessa vai pagar muito caro... Disso, pode ter a certeza!
Pois a avaliação dos professores esteve sempre a cargo dos inspectores pedagógicos que fiscalizavam a actividade dos docentyes, a sua competência, cum primento dos seus deveres profissionais e a sua dedicação e emprenho no processo de ensino... Nunca um colega que se candidata a aceder a um mesmo lugar na mesma carreira... Onde está a garantia de imparcialidade? Esta Ministra anda a enganar os incultos oumal informados (claro, com os meios de informação que temos, sempre ao lado do poder, como esperar melhor?)... Mas nós estamos bem informados... Percebe?
Escreva "ferreirablog" no Google ou outro buscador e encontrará o nosso blog. Ou apenas copie o link http://ferreirablog.blogs.sapo.pt/search?q=ministra
Leia e informe-se... Ok?
Bem-haja, igualmente e ainda assim, por me ter proporcionado este discurso!
Certamente não leu com a devida atenção o que escrevi, nem tão pouco outros textos existentes no blog sobre o tema avaliação de desempenho. Por norma, recuso a publicação de comentários que descaem para o nível da provocação ou do insulto, mas compreendo que nem sempre uma pessoa consiga manter-se racional, descambando como o Senhor descamba sobre o diploma académico do cidadão José Sócrates.
Não vejo motivo para retirar ou retratar-me sobre o que digo quanto ao modelo anglo-saxónico. Explicando-lhe o teor e razão de ser do escrevi:
1) Fui alertado por alguns amigos professores sobre a eventualidade de o modelo proposto pelo ME ser uma cópia do modelo existente no Chile;
2) Limitei-me a verificar as linhas gerais do modelo chileno e comparar com o modelo proposto pelo ME (de facto, existem semelhanças curiosas entre os dois modelos);
3) A leitura das linhas gerais do modelo chileno permite identificar sinais de que foi construído com base num modelo anglo-saxónico de avaliação de desempenho, nomeadamente e entre outros factos, a videogravação de aulas e a sua avaliação por entidade pedagógica externa.
Para mim, é irrelevante que seja professor em Espanha, que o tenha sido na França ou em qualquer outro lugar. O mesmo se passa com o ter sido formador. Importam-me os argumentos e a coerência dos mesmos. Ora… aí, caro anónimo, o seu texto peca por defeito. Aliás, no meu modesto entender, que vale o que vale, presta um mau serviço à nobre missão da docência.
Prefiro outras linhas de argumentação e não me identifico com o estilo de escrita do blog que menciona.
Saudações democráticas,
Brás dos Santos
Meu caro. Confesso que me custa a compreender o que refere quando diz "Por norma, recuso a publicação de comentários que descaem para o nível da provocação ou do insulto." Ora, como creio que deve saber ler só posso depreender que leu mesmo na diagonal... É que, sobre o Cidadão JOSÉ SÓCRATES, NUNCA FOI por nós PROFERIDO QUALQUER INSULTO. Desafio-o a publicar aqui em forma de citação constextualizada ainda que seja um só insulto dos que insinua terem sido cometidos contra José Sócrates. Porém, se para si, meu caro, factos são insultos, então tem que pedir contas a quem os praticou e não quem os noticia.
Por isso, aqui reitero a minha repugnância face à sua resposta aos meus comentários críticos que, repito, podem ser acusados de tudo (analíticos, minunciosos, questionáveis, ou até tendenciosos!) mas nunca, segura e indubitavelmente NUNCA insultuosos. Se há coisa que nunca colocamos em causa foi a licenciatura de José Sócrates. Colocamos em causa o processo pelos factos que foram do conhecimento público. Nada mais. Isto porque temos como princípio que devemos poder acreditar nas instituições... Ora, a confiança na credibilidade das instituições foi colocada em causa por este Governo. Com efeito, pretende fazer os professores ser avaliados por PAIS (e COLEGAS incompetentes em matéria de Avaliação docente!) a maioria deles (como bem se sabe pois somos dos países com menos habilitações de nível superior!), sem qualquer formação superior e, os que a têm, poucos são da área da Educação. Pode até ser o caso que o bloguista faça parte do clube daqueles que defendem que "em Portugal todos percebem de Educação menos os professores". Ora, a juntar a isto, o Governo Socialista colocou uma incompetente na matéria (porque chegou lá pela nomeação e não por concurso!) a chefiar o Ministério da Educação e como tqal, os critérios que criou apra avaliar os docentes são dos Mais Absurdos que se possa imaginar. A maioria deles dependem exclusivamente dos alunos e das famílias (apoiada ou não pelo Estado) ou até da inspecção do trabalho que não foi capaz de irradicar a peste que é o trabalho ingantil, bem como da capacidade financeira para que os alunos possam dispor de iguais recursos de aprendizagem, de tempo destinado ao estudo diário, de instalações adequadas para o fazer, faltas dos alunos, abandono escolar... etc. etc.
Questionamos, claro, porque consideramos uma pena que algumas das instituições, como a Universidade Independente encerrada pelo Governo de José Sócrates (vá-se lá saber porquê!) depois de o próprio José Sócrates ter ter sido frequentada e ter aí obtido o seu diploma. Não lhe parece estranho? Pois à maioria dos cidadãos sim...
Agora, eu não tenho nenhum partido a defender. O meu partido é a Educação. Só esse. Dele depende o futuro dos jovens de amanhã... e, logicamente, também dos meus filhos... Percebe? Quanto ao seu "modesto entender" reforçarei exactamente os atributos que lhes deu: "vale o que vale" porque o facto de se atrever a dizer "presta um mau serviço à nobre missão da docência", quero apenas dizer-lhe que o meu nome consta no Diário da República, exactamente com um Louvor pelo contrário... E digo-lhe que nos foi atribuido por um Assessor de Marçal Grilo, ministro da Educação do Governo Socialista chefiado por António Guterres.
Palavras para quê... Contentar-me-ei pelo facto de ler o meu comentário, ainda que esteja quase seguro de que (tal como todos os comentários e críticas que fazemos sem qualquer tipo de insulto!) este ficará, seguramente, por publicar!
Caro Joaquim Ferreira,
Em relação ao seu último "post". Temos visões diferentes sobre a forma de abordagem do tema avaliação do desempenho, razão de desejar-lhe que seja feliz.
José Brás dos Santos
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